21/02/2023

A Bíblia é conhecida como a maior compilação do mundo de histórias de admiração, esperança e amor incondicional. No entanto, a Bíblia também contém as deficiências da vida. Uma vez lá dentro, histórias de solidão, desespero e desesperança são encontradas. O suicídio é considerado um dos maiores pecados da Bíblia. Este ato também está assolando o mundo sem discriminar classe e raça. 

No calor do momento, lapsos emocionais começam a quebrar o bom senso de uma pessoa. A pessoa comete uma decisão trágica e infeliz. A Bíblia conta alguns relatos de suicídios que não se devem a solidão e sofrimento prolongados. Em vez disso, é um desejo de desespero repentino em momentos de culpa, desamparo e até mesmo sacrifício. Neste artigo, discutiremos histórias de suicídios da Bíblia.

 

1 – Judas Iscariotes

Então Judas, o que o traíra, vendo que fora condenado, arrependeu-se e tornou a trazer as trinta moedas de prata aos principais sacerdotes e anciãos, dizendo: Pequei, traindo o sangue inocente. E eles disseram: O que é isso para nós? Até lá. E ele atirou as moedas de prata para o templo, retirou-se e foi enforcar-se. – Mateus 27: 3-5

Provavelmente a história mais proeminente de tirar a própria vida é a de Judas Iscariotes. Ele era um dos discípulos de Jesus. Embora os doze discípulos de Jesus não fossem perfeitos, todos eles demonstraram lealdade a Jesus Cristo. No entanto, Judas selou seu próprio destino e sempre será lembrado por seu ato de traição. Por 30 moedas de prata, Judas foi até os sacerdotes do Templo e se ofereceu para entregá-lo aos soldados romanos. Ele os conduziu ao Jardim do Getsêmani e identificou Jesus beijando-o e chamando-o de Rabi. Ele imediatamente se arrependeu de sua decisão e devolveu a prata aos sacerdotes. Em uma instância decisiva, ele se enforcou pelo peso da culpa e remorso.

2 – Saul, o primeiro rei de Israel

Saul gemeu para seu escudeiro: “Pegue sua espada e mate-me antes que esses filisteus pagãos venham me matar, insultar e me torturar. Mas seu escudeiro estava com medo e não quis fazer isso. Então Saul pegou sua própria espada e caiu sobre ela. – 1 Samuel 31:4

Ao contrário de outros reis e da realeza, Saul deixou de confiar em Deus durante seu reinado. Ele desobedeceu a Deus ao não cumprir uma ordem de destruição dos amalequitas e de todos os seus bens terrenos. Ele também começou a depender dos adivinhos. Como Saul desobedeceu a Deus, seu reinado foi retirado, e Deus enviou Samuel, o profeta, para escolher Davi como o próximo rei de Israel. No entanto, durante seu reinado, Saul comemorou a vitória de Davi sobre o gigante filisteu e outros triunfos. Ao ficar com ciúmes, Saul planejou vingança contra Davi. Enquanto Davi estava escondido, Saul perdeu a batalha contra os filisteus. Como não queria morrer nas mãos do inimigo, ele cai sobre suas próprias espadas para acabar com sua vida.

3 – Sansão

Sansão disse: “Deixe-me morrer com os filisteus!” Então ele empurrou com toda a sua força, e o templo caiu sobre os governantes e todas as pessoas nele. Assim, ele matou muito mais quando morreu do que enquanto viveu. – Juízes 16:30

Sansão era conhecido por seus incríveis feitos de força que vinham de seu cabelo. Ele também estava cegamente apaixonado por Delilah. Mais tarde, ela descobriu a fonte de seu poder e usou contra ele. Seu cabelo comprido foi raspado. Sansão também foi torturado e teve os olhos arrancados. Eles o levaram como prisioneiro, moendo grãos para os filisteus. Um dia ele foi levado ao Templo de Dagon para entreter os filisteus. Sansão clamou a Deus para lhe dar forças para derrotar o inimigo de sua nação. Com um golpe estrondoso, o templo se transformou em escombros e poeira. Alguns diriam que esse ato de grandeza não é a escolha de alguém de tirar a própria vida. Em vez disso, foi um sacrifício para que outros possam viver em paz. Mas em todo caso, Sansão sabia dos riscos e escolheu matar-se.

4 – Abimeleque

Então chamou rapidamente o jovem, seu escudeiro, e disse-lhe: “Desembainha a tua espada e mata-me, para que não se diga de mim: ‘Uma mulher o matou’”. homem o traspassou, e ele morreu. – Juízes 9:54

A morte do rei Abimeleque foi o castigo de Deus por suas más ações. Durante a batalha, uma mulher deixou cair uma pedra de amolar que caiu em sua cabeça, esmagando seu crânio. Ele chamou seu escudeiro e ordenou que ele desembainhasse sua própria espada e o matasse. Ele não queria que as pessoas soubessem que uma mulher era responsável por sua morte.

5 – Aitofel

Quando Aitofel percebeu que seu conselho não havia sido seguido, selou seu jumento e voltou para sua casa em sua cidade natal. Depois de colocar sua casa em ordem, ele se enforcou. Então ele morreu e foi enterrado no túmulo de seu pai. – 2 Samuel 17:23

Ele era o conselheiro do rei Davi que se juntou ao filho de Davi, Absalão, na revolta. Mais tarde, ele percebeu que o rei Davi venceria depois, depois de ouvir o conselho de Husai a Absalão. Ele se sentiu desonrado e humilhado. Sabendo que vão perder a revolta e se enforcou.

6 – Zinri

Quando Zinri viu que a cidade havia sido tomada, ele foi até a cidadela do palácio real e incendiou o palácio ao seu redor. Então ele morreu, por causa dos pecados que havia cometido – 1 Reis 16:18,19

Ele era o comandante da carruagem que trouxe a morte ao rei Elah e todos os seus entes queridos em Tirzah, Zinri foi então colocado no trono. No entanto, ele governou apenas por sete dias, pois o exército escolheu Onri para ser seu rei. Vendo que não havia saída, ele incendiou o palácio e se matou nas chamas.

Em alguns relatos, pessoas justas expressam seu desejo de tirar a própria vida, mas nenhuma delas se comprometeu com o trágico incidente. Alguns deles incluem Elias, Jeremias, Jonas e Paulo. Sofrendo de uma quantidade esmagadora de dificuldades físicas e emocionais, Paulo articulou seu desejo de morrer. No entanto, ele continuou e viveu sua vida a serviço de Deus, pregando ao povo.

Importante: O suicídio é um assunto significativo na sociedade e um ponto crucial na Bíblia. Nos tempos antigos, a conotação de suicídio era um meio desesperado de salvar a honra e a dignidade de alguém. Conforme recomendado por psicólogos em todo o mundo, indivíduos com tendências suicidas precisam procurar ajuda. Além disso, vale a pena notar que os exemplos mencionados acima são apenas para fins educacionais e informativos.

O diabo se aproveita da fragilidade humana para ganhar espaço na mente das pessoas. Precisamos cuidar da nossa saúde espiritual e de nossa saúde mental.

 

O suicídio como questão de saúde pública

Em uma perspectiva global, o suicídio apresenta-se, atualmente, como uma grave questão de saúde pública. Segundo registros da Organização Mundial da Saúde, o suicídio vitimiza aproximadamente 800 mil pessoas por ano, o que significa uma morte a cada 35 segundos no mundo. O Brasil é o oitavo país em número absoluto de suicídios, registrando, em média, 11 mil casos por ano, isto é, 31 mortes por dia, sendo o número de homens quase quatro vezes maior que o de mulheres. Esses números podem ser ainda mais alarmantes quando se considera a subnotificação dos óbitos por suicídio. O número de casos de suicídio encontra-se camuflado entre registros de homicídios, acidentes e outras causas de morte. De qualquer forma, os registros oficiais disponíveis já permitem afirmar a gravidade desse fenômeno, que transcende a categoria de tragédia pessoal, configurando-se como um sério problema de saúde pública, especialmente em função da intensidade da dor, dos anos potenciais de vida perdidos e do seu caráter epidêmico. Mesmo diante desses dados e do reconhecimento da amplitude e da complexidade do fenômeno, o suicídio ainda é um tema tratado como tabu. De forma específica, é considerado como o ato humano de infligir a si próprio o fim da vida. Para sua delimitação, pode-se considerar como central a noção de intencionalidade de morte do indivíduo que tenta suicídio. Comportamentos suicidas não fatais se classificam, desde a ideação suicida - os diferentes níveis de pensamento que fomentam o suicídio, acompanhados de planejamento ou não - até a tentativa de suicídio, configurada como comportamento auto lesivo em que há a intenção de pôr fim à vida. A fronteira entre a ideação suicida, a tentativa de suicídio e o suicídio propriamente dito é muito tênue. Em geral, angústias e sofrimentos que sustentam a ideia ou intenção de suicídio podem atingir um nível avassalador e impulsionar o ato. Essa estreita fronteira alerta que a morte autoinflingida quase sempre é pensada, planejada e precedida por tentativas, ampliando, assim, as chances de intervenções preventivas imediatas e efetivas. Tal afirmação não descarta os casos que não passam por um planejamento, em geral, decorrentes de um impulso desesperador. Assim, o suicídio caracteriza-se como um fenômeno marcado pela complexidade, que se configura como processo humano e universal. Trata-se de um processo cuja causa não deve ser reduzida a um acontecimento específico. Desse modo, para compreendê-lo é primordial que seja considerada a trajetória de vida do indivíduo, sua subjetividade, bem como variáveis ligadas ao contexto histórico, econômico e cultural. Nessa perspectiva, o suicídio exige uma análise da culminação dos fatores psicossociais e das experiências singulares do indivíduo. A complexidade do suicídio reside na maneira como esses fatores se entrelaçam e, sobretudo, se potencializam. A dinâmica de diversos fatores de risco em um indivíduo vulnerável ocasiona o surgimento de uma dor psíquica que pode atingir intensidade intolerável, impedindo-o de enxergar outra possibilidade de sua interrupção que não seja antecipar o próprio fim. Esse conjunto de fatores é uma questão essencial quando se estuda o fenômeno do suicídio, podendo ser discutido no resgate de histórias de vida de pessoas que efetivaram suicídios. Conhecer os fatores que predispõem uma pessoa a tentar tirar sua própria vida é o primeiro passo para que se criem programas eficazes e efetivos de prevenção, bem como para a estruturação de políticas públicas, ou seja, um levantamento de alternativas sobre o que fazer com esse problema de saúde pública através de instrumentos e estabelecer um curso de ação. Na análise dos fatores relacionados ao suicídio, a identificação de transtornos mentais é fundamental e pode ajudar o profissional da saúde a considerar clinicamente o risco e analisar as estratégias para reduzi-lo. Entre os transtornos mentais relacionados a casos de suicídio, tem-se transtornos do humor, sobretudo a depressão; transtornos mentais e de comportamento, resultantes do uso de substâncias psicoativas, como o alcoolismo; transtornos de personalidade, especialmente borderline, narcisista e antissocial; a esquizofrenia; e transtornos de ansiedade. Dentre os fatores de risco, destacam-se os de ordem psicológica, a exemplo de perdas recentes, má elaboração do luto de figuras parentais na infância, conflitos familiares, datas marcantes, reações de aniversário, personalidade impulsiva, agressividade marcante e humor lábil. Fatores sociodemográficos também podem ser influentes, como: sexo masculino; na faixa etária entre 15 e 35 anos e idosos acima de 75 anos; estratos econômicos extremos; residência em áreas urbanas; desemprego (principalmente perda recente do emprego); aposentadoria; isolamento social; ser solteiros ou separados. Algumas condições clínicas são consideradas pelo Ministério da Saúde como fatores de risco por serem, por vezes, incapacitantes, a exemplo de: doenças orgânicas intensas, dores crônicas, lesões desfigurantes, epilepsia, trauma medular, neoplasias malignas e presença do vírus HIV. Faz-se também necessário dedicar esforços à posvenção ao suicídio, a saber, o desenvolvimento de ações preventivas voltadas para amenizar os danos aos sobreviventes. A angústia daqueles que convivem com a lembrança de um suicídio deve ser vista com atenção pelos profissionais da saúde por representar um significante fator de risco para ocorrência de outros eventos da mesma natureza. Esse cuidado revela-se ainda mais necessário frente à ausência de redes e relações de apoio para a pessoa enlutada. Ademais, o impacto de um suicídio pode se estender para, pelo menos, seis pessoas próximas ao falecido, que comumente passam a ter suas vidas profundamente afetadas, emocional, social e economicamente. Destarte, entende-se que os esforços para promoção da saúde e a prevenção do comportamento suicida em todos os seus níveis de gravidade extrapolam os conhecimentos do campo da saúde. Tratando-se de fenômeno complexo e multideterminado, essas ações devem ser fundamentadas nos fatores de risco e proteção, bem como no conhecimento produzido por profissionais de diversas áreas do saber. Os conhecimentos gerados por esses profissionais podem contribuir para a redução dos índices de tentativa de suicídio e suicídio no Brasil e no mundo. Profissionais de saúde e assistência social, de todas as especialidades e níveis de atuação, devem estar qualificados para avaliar o risco de suicídio.

Conhecer os aspectos que possibilitam a superação da crise suicida pode constituir uma grande ferramenta para a construção de estratégias de prevenção mais precisas, às quais todos devem estar atentos: família, amigos, igreja.

Que possamos ser amigos, intensificar o diálogo e nossa comunhão uns com os outros. Identificar sinais de alerta nas pessoas em que amamos, pedir socorro na hora das intensas lutas internas que enfrentamos nos ajudam a superar as crises. Tudo é possível ao que crê. Precisamos falar mais sobre esse assunto.

3 Jo 1:2

Desejo que te vá bem em todas as coisas, e que tenhas saúde, assim como bem vai a tua alma.
Esse é o desejo de Deus. Que possamos cuidar de nossa saúde em todas as esferas: corpo, alma e espírito. Você não está sozinho. Há uma saída para você.
 

Fonte/Autor: Revista Brasileira em promoção a Saúde / Bibliaco

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